segunda-feira, 29 de junho de 2015

Quanto se paga e quanto se cobra por revisão de texto

Encontrei essa postagem da Carol Machado no blog Revisão para quê? e achei excelente!
Infelizmente, nesse meio de revisão de textos há muitos aventureiros se dizendo "profissionais". Cobram muito pouco para o serviço de revisão atenta. Fiquem espertos! Há revisores cobrando menos de R$ 6 a lauda por uma revisão descuidada. Até mesmo R$ 1 por página.

Segue o link para a postagem:
http://revisaoparaque.com/blog/seu-trabalho-vale-mesmo-r-1/

O revisor não pode falhar

Como já dizia Luis Fernando Verissimo:


"Toda vez que manda um texto para ser publicado, o autor se coloca nas mãos do revisor, esperando que seu parceiro não falhe."

(Luis Fernando Verissimo)


Segue crônica em que o escritor tece alguns comentários a respeito da importância do profissional de revisão de textos:

CUIDADO COM OS REVIZORES
Todo escritor convive com um terror permanente: o do erro de revisão. O revisor é a pessoa mais importante na vida de quem escreve. Ele tem o poder de vida ou de morte profissional sobre o autor. A inclusão ou omissão de uma letra ou vírgula no que sai impresso pode decidir se o autor vai ser entendido ou não, admirado ou ridicularizado, consagrado ou processado.
Todo texto tem, na verdade, dois autores: quem o escreveu e quem o revisou. Toda vez que manda um texto para ser publicado, o autor se coloca nas mãos do revisor, esperando que seu parceiro não falhe. Não há escritor que não empregue palavras como, por exemplo: “ônus” ou “carvalho” e depois não fique metaforicamente de malas feitas, pronto para fugir do país se as palavras não saírem impressas como no original, por um lapso do revisor. Ou por sabotagem.
Sim, porque a paranoia autoral não tem limites. Muitos autores acreditam firmemente que existe uma conspiração de revisores contra eles. Quando os revisores não deixam passar erros de composição (hoje em dia, de digitação), fazem pior: não corrigem os erros ortográficos e gramaticais do próprio autor, deixando-o entregue às consequências dos seus próprios pecados de concordância, das suas crases indevidas e pronomes fora do lugar. O que é uma ignomínia. Ou será ignomia? Enfim, não se faz.
Pode-se imaginar o que uma conspiração organizada, internacional, de revisores significaria para nossa civilização. Os revisores só não dominam o mundo porque ainda não se deram conta do poder que têm. Eles desestabilizariam qualquer regime com acentos indevidos e pontuações maliciosas, além de decretos oficiais ininteligíveis. Grandes jornais seriam levados à falência por difamações involuntárias, exércitos inteiros seriam imobilizados por manuais de instrução militar sutilmente alterados, gerações de estudantes seriam desencaminhadas por cartilhas ambíguas e fórmulas de química incompletas. Os efeitos de uma revisão subversiva na instrução médica são terríveis demais para contemplar.
Existe um exemplo histórico do que a revisão desatenta – ou mal-intencionada – pode fazer. Uma das edições da Versão Autorizada da Bíblia publicada na Inglaterra por iniciativa do rei James I, no século XVII, ficou conhecida como a “Bíblia Má”, porque a injunção “Não cometerás adultério” saiu, por um erro de impressão, sem o “não”. Ninguém sabe se o volume de adultérios entre os cristãos de fala inglesa aumentou em decorrência dessa inesperada sanção bíblica até descobrirem o erro, ou se o impressor e o revisor foram atirados numa fogueira juntos, mas o fato prova que nem a palavra de Deus está livre dos revisores.
A mesma bíblia do rei James serve como um alerta (ou como o incentivo, dependendo de como se entender a história) para a possibilidade que o revisor tem de interferir no texto. O objetivo de James I era fazer uma versão definitiva da Bíblia em inglês, com aprovação real, para substituir todas as outras traduções da época, principalmente as que mostravam uma certa simpatia republicana nas entrelinhas (como a Bíblia de Genebra, feita por calvinistas e adotada pelos puritanos ingleses, e que é a única Bíblia da História em que Adão e Eva vestem calções. Para isso, James reuniu um time dividido entre os que cuidariam do Velho e do Novo Testamento, das partes proféticas e das partes poéticas, etc. Especula-se que as traduções dos trechos poéticos teriam sido distribuídas entre os poetas praticantes da época, para revisarem e, se fosse o caso, melhorarem, desde que não traíssem o original. Entre os poetas em atividade na Inglaterra de James I estava William Shakespeare. O que explicaria o fato de o nome de Shakespeare aparecer no Salmo 46 – “shake” é a 46ª palavra do salmo a contar do começo, “speare” a 46ª a contar do fim. Na tarefa de revisor, e incerto sobre a sua permanência na História como sonetista ou dramaturgo, Shakespeare teria inserido seu nome clandestina e disfarçadamente numa obra que sem dúvida sobreviveria aos séculos. (Infelizmente, diz Anthony Burgess, em cujo livro A mouthful of air a encontrei, há pouca probabilidade de esta história ser verdadeira. De qualquer maneira, vale para ilustrar a tentação que todo revisor deve sentir de deixar sua marca, como grafite, na criação alheia.)
Não posso me queixar dos revisores. Fora a vontade de reuni-los em algum lugar, fechar a porta e dizer “Vamos resolver de uma vez por todas a questão da colocação das vírgulas, mesmo que haja mortos”, acho que me têm tratado bem. Até me protegem. Costumo atirar os pronomes numa frase e deixá-los ficar onde caíram, certo de que o revisor os colocará no lugar adequado. Sempre deixo a crase ao arbítrio deles, que a usem se acharem que devem. E jamais uso a palavra “medra”, para livrá-los da tentação.
Luis Fernando Verissimo
(In: VIP Exame, março de 1995, p. 36-37)

Parâmetros que norteiam a revisão textual

Destaco três regras que norteiam a revisão e devem ser obedecidas por um bom revisor:

1. Regras da norma culta
2. Regras do editor do texto (cliente)
3. Regras do revisor

Antes de o revisor ter o poder de decisão, ele deve obedecer as regras da norma culta e as regras do cliente, que vai delimitar até onde se pode "mexer" em seu texto. É claro que o poder de decisão do revisor aumenta quando os clientes não sabem exatamente o que querem. O revisor de texto profissional sempre usará sua experiência e seu discernimento para conduzir uma revisão textual que tenha resultado satisfatório para o cliente, com a maior qualidade possível.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Dica de Gramática

A Gramática que utilizo muito é a Gramática Básica do Português Contemporâneo, do Celso Cunha. Ela está disponível facilmente na internet.
Inclusive, aqui você a encontra. É só clicar.
Viva a internet!

Indicação de livro para escrever melhor

Título do livro: Escrever melhor
Autoras: Dad Squarisi e Arlete Salvador
Onde comprar: Submarino